24 anos depois ...

Foi preciso esperar 24 anos para o Algés repetir a proeza alcançada na já longínqua época de 1986/87 quando conquistou a sua primeira e até hoje única Supertaça Feminina.
A 27ª edição do troféu foi para o histórico clube que faz fronteira com a extrema ocidental da cidade de Lisboa. O público entusiástico que emoldurou as bancadas do Pavilhão Desportivo dos Lombos nesta tarde de domingo pôde vibrar e aplaudir as jogadas e os cestos, alguns deles espectaculares, a cargo de excelentes intérpretes do basquetebol, no feminino.O jogo, entre o CRC Quinta dos Lombos (campeão nacional e vencedor da Taça de Portugal na época 2010/11) e o Sport Algés e Dafundo (finalista vencido da Taça de Portugal) ,saldou-se por uma vitória merecida das algesinas (68-57). Houve bastante equilíbrio desde o apito inicial mas o sinal mais do Algés começou a desenhar-se logo a partir do meio do 1º período (18-22) quando as pupilas de José Araújo já lideravam o marcador (9-11), no minuto 5 e chegaram a 11-17, obrigando José Leite a parar o jogo. Pese embora o contributo de Inês Aragão que saltou do banco para fazer 100% em lançamentos de campo na 1ª parte (2 triplos e 1 duplo), o certo é que era muito notada a ausência forçada da base/extremo Felicité Mendes (lesão grave no jogo de Barcelos há uma semana), pedra fundamental no xadrez das campeãs nacionais e que nomeadamente alterna com Larisse Lima na organização do ataque. Isso obrigou o seu treinador a manter em campo Larisse Lima mais tempo que o habitual (Inês Viana ainda não tem o ritmo nem a experiência para assumir a liderança duma equipa de topo, ainda que possua potencial para evoluir) enquanto do outro lado José Araújo mantinha a dupla Jennifer Risper-Joana Fogaça em elevado rendimento, particularmente a norte-americana que fez um jogão (terminou MVP da partida com 22,5 de valorização em quase 38 minutos de utilização). Com 1 minuto e 52 segundos para jogar até ao intervalo e o resultado em 31-35 favorável às algesinas, foi Risper que assumiu as despesas da marcação, ao converter 2 lances livres (31-37) e depois um duplo que consolidou a vantagem da sua equipa quando soou o sinal para o descanso (31-39). No reatamento as comandadas de José Leite correram atrás do prejuízo como se impunha e com Paula Muxiri a carregar com a equipa, ainda que excelentemente marcada por Sofia Carolina, conseguiram gradualmente encurtar a diferença para apenas um ponto (42-43), com um triplo de Larisse Lima, à entrada do minuto 27. Nova diferença tangencial (44-45), após cesto de Paula Muxiri, mas o 3º dos 5 triplos de Ana Oliveira, a fazer 44-48 (assistência de Risper), relançou de novo o Algés para terminar o 3º quarto (16-15) com uma vantagem de 7 pontos (47-54). No último período (10-14) ao 2º triplo de Larisse Lima (51-54) assistida por Paula Muxiri, respondeu a atiradora Ana Oliveira com nova bomba (a 4ª), aumentando para 51-57. O golpe de misericórdia aconteceu quando caiu o 5º triplo da extremo Ana Oliveira, em tarde de mão quente nos lançamentos do perímetro (5 em 8 tentativas) a colocar o resultado em 54-63, com 3 minutos e 23 segundos para jogar. Acto contínuo José Leite pediu o seu último desconto de tempo, mas com duas jogadoras carregadas de faltas (Larisse Lima e Hillary Carlson, ambas com 4), escasseavam as soluções para tentar a reviravolta. Foi o que aconteceu. Destaque nas vencedoras para a prestação de Jennifer Risper, à beira de conseguir um triplo-duplo. Além de MVP do encontro, contabilizou 10 pontos, 8 ressaltos sendo 2 ofensivos, 10 assistências, 3 roubos e 9 faltas provocadas, com 4/4 nos lances livres. Foi muito bem acompanhada por Ana Oliveira (21 pontos, 5/8 nos triplos, 3 ressaltos defensivos, 1 roubo e duas faltas provocadas) e pela poste Sofia Carolina, que conseguiu um duplo-duplo (13 pontos, 10 ressaltos sendo 3 ofensivos e 4 faltas provocadas, com 3/3 nos lances livres), mantendo um duelo intenso com Paula Muxiri. Nas campeãs nacionais a mais valiosa acabou por ser sem sombra de dúvida Paula Muxiri, melhor marcadora do encontro (24 pontos, 6 ressaltos, 3 assistências, 2 desarmes de lançamento e 8 faltas provocadas, com 5/9 nos lances livres). Decisivo no triunfo do Algés foi o reduzido número de turnovers (apenas 5, contra 14), além do maior colectivismo (10-16 assistências) e do maior número de roubos (2-7). Foi também mais eficaz nos triplos (26%-33%) e nos lances livres (55%-85%), falhando apenas duas das 13 tentativas. O Quinta dos Lombos ganhou a luta das tabelas (41-37 ressaltos), mas foi suplantado pelo adversário na tabela ofensiva (8-13 ressaltos). Teve ainda maior eficácia nos duplos (49%-37%), mas esteve pouco agressivo na defesa (apenas 2 roubos de bola).
Ficha do jogo Quinta dos Lombos (57) - Larisse Lima (12), Dora Duarte (2), Matea Vrdoljak (6), Paula Muxiri (24) e Hillary Carlson (2); Inês Aragão (8), Helga Gonçalves, Inês Viana (3) e Catarina Vasconcelos Algés (68) - Jennifer Risper (10), Joana Fogaça (3), Ana Oliveira (21), Christina Wirth (12) e Sofia Carolina (13); Sara Filipe (2) e Catarina Coelho (7) Por períodos:18-22,13-17,16-15,10-14 Árbitros: Carlos Santos e Pedro Cunha

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