I Video Clinic


Estava um pouco curioso como funcionaria o vídeo clinic, já que nunca tinha ouvido falar de tal coisa, mas no país aqui ao lado do nosso esta é uma prática bastante comum, em que treinadores de várias equipas se juntam para observar um vídeo sobre um determinado tema e posteriormente trocar ideias. No futuro não muito próximo muito provavelmente iremos ter ao nosso dispor clinics por vídeo conferência, ie, por vezes temos vontade em assistir ao vivo as preleções de lendas do basquetebol, e por ser demasiado caro a deslocação aos Estados Unidos, Itália ou até Espanha, nada como assistir sentado no sofá e em frente ao PC, claro que não é a mesma coisa.

A proposta do prof. Mário Silva, foi um vídeo do Treinador da Universidade de Norte Carolina, Roy Williams, na exposição do tema “The Secrets of North Carolina: Secondary Break”, que inicialmente era para ser interno aos treinadores do clube, mas que em boa hora optou-se pelo alargamento de outros treinadores de outros clubes.

Roy Williams iniciou a sua carreira como treinador adjunto, durante 10 anos, do lendário Dean Smith , sendo o principal responsável pelo recrutamento do Michael Jordan, depois passou 15 anos na Universidade de Kansas (1988-2003) onde por 4 ocasiões esteve na Final 4 da NCAA e em 1991 e 2003 esteve presente na final (ganhas por Duke e Syracuse), para posteriormente voltar a Norte Carolina, onde permanece actualmente, e que em 2009 conquistou o título da NCAA.

Para lá da excelência como comunicador, é muito fácil falar da sua experiência, quando há mais de 30 anos põe as suas equipas a jogar daquela forma.

Antes de mais convêm desmistificar/clarificar o que é a Transição, a transição não é mais do que a passagem de um estado (defesa ou ataque) para outro estado (ataque ou defesa), assim a Transição Ofensiva é a passagem da Defesa para o Ataque, enquanto a Transição Defensiva é a passagem do Ataque para a Defesa, no entanto cada uma destas Transições é composta por etapas ou fases.

Transição Ofensiva
Fase 1 – CONTRA-ATAQUE (ou ataque primário), em que com 2 ou menos defensores o ataque tem de efectuar um lançamento em dois ou menos passes
Fase 2 - Quando os cinco defensores ainda estão a ocupar as posições e não estabilizaram então é aqui que entra o SECONDARY BREAK, onde há uma continuação no ataque e este procura erros defensivos.
Fase 3 – Ataque de Posição (SET PLAY).

Nas regras da FIBA, face à imposição dos 24 segundos, é impossível passar da Fase 2 para a Fase 3, pelo que as equipas escolhem uma das fases para jogar, isto se não conseguirem finalizar em vantagens de 1x0, 2x1 ou 3x2, ao contrário da NCAA que ao possuírem 35 segundos para atacar conseguem explorar a fase 2 e ainda montar a fase 3.

No curto debate que se seguiu após a visualização, há alguns aspectos a ter em conta:

A)     Esta é uma excelente forma de ensinar o jogo de basquetebol aos jovens, a preencher os corredores;
B)      Os jovens jogadores gostam de correr, mas têm de correr seguindo regras (poucas de preferência);
C)      Ajuda a melhorar a condição física dos jogadores;
D)     Melhora o controle de bola;

Por último resta-me agradecer ao prof. Mário Silva, ficando a aguardar pelo próximo Video Clinic. (Luís Veiga)

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